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Entregar-se à alegria da doação e da vida em fraternidade

Aos 12 anos ela sentiu pela primeira vez o chamado para a vida religiosa. Mary Elizabeth Bednarek morava com sua família em Londres e frequentava a missa no convento que ficava na rua da sua casa. Um dia, após a missa e a comunhão, ela foi até o parque que ficava do outro lado do convento, onde se pôs a rezar. “Tive uma experiência que me marcou... senti Deus muito perto me convidando à sua missão e vida”, ela relata.


Em 1958 entrou para a Congregação das Irmãs da Santa Cruz ­– e fez os primeiros votos em 1961. Desde então, vem aplicando à sua vida e missão os ensinamentos de fraternidade, comunidade e união que se iniciaram há mais de 60 anos quando teve o primeiro contato com o chamado para a vida religiosa.

Para ela, a vida em fraternidade é um dom e também uma escola, que ensina sobre amor, respeito, bondade, honestidade e humildade. Acolher o diferente também faz parte da aprendizagem, tanto de nós mesmos quanto da verdadeira mensagem divina. “Deus é relação e é na fraternidade que aprendemos na marra a nos relacionar melhor, enfrentar nossos próprios erros e crescer com a ajuda do outro para poder servir”, afirma.


A vivência em comunidade sempre trouxe bençãos e graças à sua vida, e a doação como religiosa a permitiu desfrutar de todos os trabalhos que realizou e todas as amizades que fez ao longo dessa jornada.


Segundo a Irmã, sua escolha em entrar para a Congregação das Irmãs da Santa Cruz foi determinada pela vasta gama de serviços que ela descobriu poder realizar e aplicar todos os dons em cada um deles.


Durante todos esses anos na vida consagrada, Irmã Mary trabalhou em missão em países como Brasil, Estados Unidos, Gana e Uganda, realizando serviços diversos: lecionou para adolescentes em São Paulo e Estados Unidos; coordenou e treinou catequistas; ajudou a coordenar por dez anos uma paróquia enorme sem vigário; formou lideranças leigas; atendeu vilarejos e comunidades; entre muitos outros.


Agora, prestes a fazer 60 anos de vida consagrada, a Irmã aconselha as jovens que pensam em entrar para a vida religiosa que busquem acompanhamento para discernir suas vocações e escutar o chamado para a missão, e questiona, “o que mais te energiza? O que faz agora para ajudar o outro, servir? Como está a sua prática de oração, e o que aconteça quando reza?”.


Esses questionamentos são necessários para encontrar respostas e descobrir sobre a vocação e o chamado de Deus. Caso ele venha, a religiosa deverá estar preparada para enfrentar os desafios de nosso tempo.


“Requer um conhecimento de si e uma mística profunda para poder responder os conflitos com sabedoria e não-violência. Hoje necessitamos de pessoas que ‘construam pontes’ nestes tempos de grandes polarizações. Saber escutar bem antes de tomar decisões, conhecer seus próprios preconceitos e trabalhar para superá-los. Saber conviver na interculturalidade. Plantar seus pés e coração no meio do povo marginalizado e pobre para aprender a justiça e a partilha”, conclui Irmã Mary com esse grande ensinamento.

Texto| Marina Ferreira

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