Na quarta-feira, 22 de maio, aconteceu o segundo encontro da oficina de copeira, realizada no Centro Santa Marta. O curso acontece uma vez ao ano, e especialmente em 2019 ele conta com uma novidade. Cerca de 50% das vagas foram ocupadas por imigrantes Venezuelanas, que estão em situação de refúgio e procuram emprego no Brasil.
Segundo a coordenadora do curso Angela Gobbi, uma grande parcela do público é composta por imigrantes, mas, há também um público muito expressivo de alunas brasileiras, estudantes do EJA, do colégio Santa Maria.
A oficina tem como objetivo oferecer aulas de produção de alimentos e serviços de atendimento especializado em buffets, reuniões e festas. Por ser uma capacitação realizada em um curto período, ela tende a gerar empregabilidade de forma rápida, fazendo com que essas mulheres não fiquem imersas a uma situação de extrema vulnerabilidade social.
Angela Gobbi trabalha há 25 anos como voluntária no Centro Santa Marta, e relata que a experiência com este público é algo inédito para ela. “Este ano pela primeira vez nós fomos procuradas pela ONG Mulheres do Brasil, que trabalha com pessoas refugiadas. Então, nós estamos trazendo essas pessoas para fazer cursos aqui. Nós as convidamos para o curso de copeira, por que acreditamos que é uma atividade que gera um retorno meio que imediato, e é o que elas estão precisando. Espero que a gente consiga chegar neste objetivo”, explica a coordenadora.
Rosélis Daniela veio da Venezuela e está no Brasil há quase 2 anos e agradece o acolhimento dado pelos brasileiros e pelo IISC. “Estou agradecida primeiramente com Deus e com toda a gente no Brasil, que são muito bacanas. Tenho 2 meses em São Paulo, eu estava morando em Roraima e aqui em São Paulo tem sido muito bom. Ingressei semana passada no curso e foi muito legal. É muito humanitário e se preocupa com nós e com nossos colegas brasileiros também, estou muito agradecida”, comenta a aprendiz.
Para o completo entendimento do conteúdo da oficina, o Santa Marta está contando com o apoio de duas voluntárias fluentes em Espanhol, Sabrina e Rebeca Sebas de Castro, duas irmãs que viveram durante um longo tempo no Peru, e se identificam com as dificuldades que as Venezuelanas encontram com relação a língua portuguesa. “Nós moramos no Peru, por 8 anos. Quando vieram as refugiadas minha avó pediu para ajudarmos na tradução, e é muito legal por que moramos quase toda nossa vida no Peru, e nós também temos um pouco dessa dificuldade de voltar para o português e não saber muito bem das palavras. Poder ajudar e passar um pouco da nossa experiência é muito bom”, explica Sabrina Sebas de Castro.
Para Rebeca Sebas de Castro não se trata de traduzir apenas a língua, mas sim a cultura e todas as suas nuances simbólicas que ela compõe.
A oficina acontece todas as quartas-feiras das 13 às 16h, no Centro Santa Marta.
Texto | Mayara Nunes
Revisão Editorial | Fabiano Viana
Comentarios