Em razão da pandemia de Covid-19, o tema da saúde indígena e das políticas públicas específicas voltadas para essa população se tornou cada vez mais urgente e emergencial. Em 2022, com a vacinação disponível para todas as pessoas brasileiras, já sabemos os impactos que a pandemia desenfreada ocasionou para o país e o gravíssimo cenário que os povos indígenas vêm enfrentando.
Neste contexto, a partir do diálogo com a equipe do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) de São Paulo, que desde abril de 2020 levou para o Ministério Público Federal as demandas e os relatos de violações denunciados pelas lideranças da aldeia, o ADDIISC também vem acompanhando essa pauta que mobiliza a luta da aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, localizada no bairro de Cabuçu, no município de Guarulhos.
A reunião aconteceu no último dia 11 de fevereiro de 2022, agendada pelo Ministério Público Federal, na qual compareceram autoridades responsáveis pela saúde indígena em diferentes níveis. O ADDIISC recebeu as lideranças representantes das 8 etnias que vivem na Aldeia e eles e elas expuseram suas demandas por políticas públicas mínimas em matéria de saúde que possam atender as famílias que vivem neste território.
As lideranças relataram que na Aldeia não há energia elétrica, não contam com transporte especializado para se deslocarem até as unidades básicas de saúde e outros locais de atendimento médico, assim como enfrentam dificuldades inúmeras diante de posicionamentos de instituições como a SESAI - Secretaria Especial de Saúde Indígena que discrimina direitos de pessoas e comunidades indígenas, quando classifica seus direitos entre pessoas “aldeadas” ou “não aldeadas”, o que vai em desacordo com os preceitos da Constituição Federal.
“Com famílias dos povos Tupi, Pankararé, Pankararú, Xucuru de Urorubá, Kaimbé, Wassu Cocal, Guajajara e Kariri Xocó, a Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra é uma retomada territorial como parte da organização dos povos indígenas presentes no contexto urbano da cidade de Guarulhos, que desde 2017 vivem nessa área, com dificuldades de políticas específicas, infraestrutura e saneamento básico.” (trecho extraído da nota que repudiou o ataque enfrentado pela comunidade no ano de 2021, acesse a nota integral aqui).
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