No dia 09/11/2024, o programa de Assessoramento, Defesa e Garantia de Direitos do Instituto das Irmãs da Santa Cruz, participamos do 1º Seminário da Arquidiocese do Piauí. A atividade contou com a presença dos povos indígenas Tabajaras, Akroá-gamela, Guegue, bem como quilombolas e quebradeiras de coco do Estado. Também participaram o procurador-chefe do PI do MPF, dra. Karla da DPE-PI, Professora Carmen da Universidade Federal do Piauí e o Conselho Indigenista Missionário.
Junto com a equipe do Cimi, conhecemos a realidade do povo Akroá-Gamela e Gueguê, na região de Uruçuí, ouvindo as reivindicações para garantia do direito à terra, saúde e educação. Visitamos a região de retomada destes povos, local de intensos conflitos com diversos agentes políticos, sociais e empresariais, onde os indígenas vêm passando por dificuldades e vivendo sob diversas ameaças.
Por fim, estivemos na região onde o povo Gueguê do Sangue foi massacrado e dado como extinto, os que sobraram ficaram escondidos nos entornos misturando-se com a sociedade envolvente, mas foram expulsos, em 1999, pelo agronegócio, que hoje domina a região. Somente há poucos anos começaram a assumir a identidade indígenas, hoje são cerca de 400 pessoas autodeclaradas indígenas do povo Gueguê. Para conhecer um pouco mais sobre os Gueguê, veja relato do ancião: https://youtu.be/do4xTXFG7tc?si=x0EXyjn702nYnPfY.
Vale dizer que MPF entrou com uma Ação Civil Pública (ACP nº 1005766-31.2024.4.01.4003 JF/PI) para demarcação de todos os territórios reivindicados pelos Akroá Gamela do Piauí, ao mesmo tempo tem-se uma escalada de ações de reintegração de posse e despejos contra esse povo no Estado. a demora da FUNAI para a constituição de GT, mesmo diante de décadas de reivindicação faz aumentar as tensões no Estado. Destaca-se a situação do Uruçuí, no último mês, e também de Bom Jesus (AI 0766218-54.2024.8.18.0000 TJ/PI), no último fim de semana (15.11).
Os Gueguê, por sua vez, encontram-se em situação ainda pior, já que enquanto a FUNAI não toma providências para a demarcação do território e não há ação do MPF para início do procedimento pelo órgão indigenista.
Diante dessa situação, o programa de Assessoramento, Defesa e Garantia de Direitos do Instituto das Irmãs da Santa Cruz, vem manifestar preocupação com a demora do Estado para tomar as devidas providências de demarcação e proteção territorial dos povos Akroá Gamela e Gueguê do Piauí.
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