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CSC atenta para importância da preservação ambiental através do respeito com povos tradicionais

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de chamar a atenção para os problemas ambientais e para importância da preservação dos recursos naturais, a Congregação das Irmãs da Santa Cruz (CSC) alerta para a situação dos povos originários do Brasil.


Com a crescente criminalização dos povos tradicionais e o avanço do garimpo e do agronegócio em reservas ambientais é importante salientar a contribuição dos povos originários para com a preservação da floresta e de toda sua biodiversidade. Defender os indígenas do Brasil é defender um futuro próximo aonde ainda exista a oportunidade de respirar ar puro e beber água potável.

Para a Irmã Michael Mary Nolan, da Congregação da Irmãs da Santa Cruz (CSC), a espiritualidade dos povos tradicionais trazem um olhar mais humanizado e respeitoso para com a mãe-terra. “Para os povos tradicionais, indígenas, quilombolas e caiçaras, a relação com a terra é uma relação espiritual, não uma relação mercantil. A mãe terra é tão essencial quanto a vida para esses povos e são eles que conhecem e realmente cuidam do meio ambiente. Onde habita uma população tradicional existe uma floresta preservada”, afirma

.

Aos povos indígenas devemos o crédito histórico por terem manejado os recursos naturais de maneira tão equilibrada. Ao longo dos séculos, eles souberam aplicar estratégias de uso dos recursos que, mesmo transformando de maneira durável seu ambiente, não alteraram os princípios de funcionamento e nem colocaram em risco as condições de reprodução deste meio.


Pesquisas recentes demostram que os povos indígenas tiveram um papel fundamental na formação da biodiversidade encontrada na América do Sul. Muitas espécies de plantas surgiram como produto de técnicas indígenas de manejo florestal, tal como a castanheira, o cacau, a pupunha, o babaçu, a mandioca e a araucária.


O manejo destes povos sobre a biodiversidade teve um papel fundamental na formação de diferentes paisagens no Brasil, seja na Amazônia, no Cerrado, no Pampa, na Mata Atlântica, na Caatinga, ou no Pantanal. Os povos indígenas sempre usaram os recursos naturais sem colocar em risco os ecossistemas. Desenvolveram formas de manejo adequadas e que têm se mostrado muito importantes para a conservação da biodiversidade em nosso país.


No Brasil de 2021, além da crise sanitária acentuada pela falta de estratégia do governo que se abstém em promover uma coordenação nacional para o combate a pandemia, o atual presidente ataca sistematicamente os direitos dos povos indígenas consagrados na Constituição de 1988. Em seu acervo de ofensas inclui desde declarações racistas até o desmantelamento da FUNAI, que ameaça à integridade da população indígena no Brasil.


Em decorrência do atual cenário, a situação de constante precarização dos direitos indígenas se acelerou e ganhou ainda mais notoriedade internacional. A revista científica The Lancet em editorial recente declarou que os povos ameríndios enfrentam sua maior ameaça desde o fim da Ditadura Militar.


Organizações como a Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP), em conjunto com a União das Nações Indígenas, o Centro Ecumênico de Documentação e Informação, o Conselho Indigenista Missionário e outras 30 entidades indigenistas fundaram a “Coordenação Nacional-Povos Indígenas e a Constituinte”, fato que contribuiu na redação dos direitos contidos nos artigos 231 e 232 da Constituição de 1988.


Assim, ficou consagrado na Constituição o Direito dos povos indígenas, o marco fundamental do direito à diferença, o reconhecimento de sua organização social, seus costumes, suas línguas, suas cren­ças e tradições. Ainda, consideram-se como seus direitos originários e imprescritíveis o direito às terras que tradicionalmente ocupam.


A Congregação das Irmãs da Santa Cruz é pela vida dos povos da floresta. Neste “Dia do Meio Ambiente” ressaltamos a contribuição dos povos originário e a importância em defendê-los de qualquer medida que atente contra seu território. Vidas indígenas importam!


Texto| Mayara Nunes

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