O lema: “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, extraído da Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,33-34), nos conduz a ser presença amorosa de serviço na vida dos que sofrem vulneráveis e abandonados socialmente. “Ver, compadecer-se e cuidar” são compromissos indispensáveis à vida cristã e devem ser reassumidos com entusiasmo em tempos de crise e pandemia.
Para Fabricia Paes, coordenadora da Pastoral da Mulher Marginalizada, a campanha nos convida a refletir sobre uma mudança de perspectiva para com o mundo em que vivemos. “A pandemia do Covid-19, expôs todas as mazelas da nossa desigualdade social, mas também, tem nos possibilitado descobrir qual o nosso olhar diante desse momento tão complexo. Tempos de incertezas e de oportunidades para vivenciarmos o olhar da esperança e da fé. De acreditar que somos capazes de transformar o meio em que vivemos para o bem comum. De viver um olhar solidário capaz de cuidar do outro, despertando em cada um de nós uma solidariedade social, reconhecendo e enxergando a dignidade da pessoa humana, imagem e semelhança de Deus”, medita.
A Pastoral da Mulher Marginalizada em parceria com o Instituto das Irmãs da Santa Cruz tem produzido semanalmente um kit alimentação que é entregue a população em situação de rua, no Largo São Francisco, durante a pandemia. O Instituto das Irmãs da Santa Cruz também colabora com outras iniciativas sociais em tempos de COVID-19.
Com a parceria firmada, Fabricia tem trabalhado e mantido contato com as populações desabastecidas do centro histórico da cidade, seguindo as ordens de segurança para com o uso de máscara e luvas, ela demostra entusiasmo e coragem diante do desafio. “Diariamente, Deus nos concede uma oportunidade de sermos presença solidária e humana do amor partilhado. Todo dia Deus nos convida a doar um sorriso, um pouquinho do nosso tempo e da nossa atenção, uma prece, uma ligação que leve uma palavra de consolo, gestos que revelem o olhar caridoso e misericordioso de um Deus que nos ama e caminha conosco”, comenta.
Quando se pensou a Campanha da Fraternidade, não se imaginava vivê-la em meio à pandemia do novo coronavírus atravessando o sentimento de dor e apreensão do povo brasileiro. Como salienta o Papa Francisco. “Não há como passar adiante e fingir que não vê, olhando só para si, numa prática de indiferença ou insensibilidade diante da dor alheia (que pode ser também a própria)”.
A coordenadora também ressalta o testemunho profético de Santa Dulce dos Pobres, para nos encorajar neste momento “seguir em frente e ter a certeza de que apesar de às vezes estarmos no escuro, o sol vai voltar a brilhar”.
Texto| Mayara Nunes
Comments